Fluxo 09 | …navegando entrefáscias para sentir as viradas em intuição

Chama Recife

…navegando entrefáscias para sentir as viradas em intuição envolve uma vivência sobre transitar nos limites entre estados diferentes. Dialogamos acerca de experiências que envolvem transição/transmutação, a diversidade de sistemas temporais, as alterações sensíveis propostas por este rito-de-pandemia e como ele nos incentivou a redescobrir possibilidades ao delimitar nossos movimentos pelo mundo. Se não podemos expandir para fora, o que podemos expandir para [e a partir de] dentro? 

Encontramos as fáscias e cruzamos nossas vivências com criação/adaptação de instrumentos, artefatos, materiais que chegassem onde nossos desejos sonoros habitam. Elaboramos uma peça sonora que trafega pelas camadas desses sons gerados no diálogo entre instrumentos criados, desenvolvidos, achados, herdados e suas possibilidades de entrelaçamento com as linguagens eletrônicas e eletroacústicas. 

Produzimos a palavra entrefáscias para dialogar com imagens que navegam o entre-do-entre. Saímos da lâmina-teia que sustenta os movimentos des nosses corpes para sentir suas vibrações e deslocamentos internos como forma de antever movimentos no mundo. 

As nossas rotas são os traços que emergem para encontrar estados têxteis; são as conduções (in)audíveis que nossos diálogos criaram para ramificar possíveis respostas neste campo do sentir, entre tantos legados dos povos negrodescendentes, originários e migrantes deixados nas águas por onde trafegaram os que aqui viveram antes de nós. Se estar em dinâmicas limítrofes é a momentânea via, pedimos guiança para nos embrenhar por camadas e encontrar escape para as pororocas que habitam dentro de nós.

Fluxo 9 – Integrantes

Ana Lira (Caruaru, baseada em Recife – PE)

Ana é artista visual, fotógrafa, curadora, rádio host, escritora e editora baseada em Recife (PE – Brasil). É especialista em teoria e crítica de cultura. Observa a (in)visibilidade como forma de poder e dedica atenção a dinâmicas envolvendo sensibilidades cotidianas. Sua prática é baseada em processos coletivos e parcerias, tendo trabalhado com eles por mais de duas décadas. Nestas iniciativas dedica-se a fortalecer práticas colaborativas de criação que observam as entrelinhas das relações de poder que afetam nosso processo de comunicação, as articulações do cotidiano e a forma como produzimos conhecimento no mundo. É integrante da coletiva EhCho.org, da Nacional Trovoa e do Carni – Coletivo de Arte Negra e Indígena. 

@anaretratografia

Aishá Lourenço (Olinda, baseada em Recife – PE)

Aishá nasceu em Olinda e desenvolve seus interesses entre os campos do desenho sonoro, captação sonora e gravação. É percussionista há 21 anos e atuou com a Comadre Fulôzinha (PE), Nitin Sawhney(UK), Amadou & Mariam (Mali), Grupo Bongar (PE), Maciel Salú (PE), Lucas e Orquestra Dos Prazeres (PE), Naná Vasconcelos (PE), Grupo Clarianas (SP), Johnny Hooker (SP/PE) e Marcelo Jeneci (SP), o projeto A Dita Curva (PE) e o projeto Tô Cantos D’alma Negra (SP). 

@aishasonora

Elton Panamby (São Paulo, baseade em São Luis – MA)

Artista, desensinadore, mãe/mamão. Cria em múltiplas linguagens ao longo de 12 anos de pesquisa e criação desde limites psicofísicos, práticas de modificação corporal em experiências rituais, aparições, vultos e visagens. Segue suturando na vida após a pós e trilhando caminhos de cura em São Luís/MA. Nos últimos 5 anos passou a gerar sonoridades no/do escuro. É atravessado pelo transbordamento vivo no mundo, de criar e fazer-se resistência. www.panamby.art

@panambyte

Fluxo 9 – Colaborações

Erlânia Nascimento (Recife – PE)

Erlânia Nascimento é comunicadora, realizadora audiovisual e montadora. Possui experiência em diversas produções, indo da publicidade ao cinema. Dirigiu o filme Especulação S.A. Montou o videoclipe Lia de Camaragibe (2017), ganhador do 19° FESTCINE. Assistente de edição do filme Jogos Dirigidos, de Jonathas de Andrade (2018) e montadora do filme Madeira de Lei, de Kalor Pacheco (2021).

@erlania___

Lucia Rosa (São Paulo – SP)

Arte educadora e artista visual, assim que me defino. Em meu trabalho procuro dar enfoque a temáticas contemporâneas com conceitos que enfatizam questões de nosso tempo, buscando reflexões constantes acerca da condição humana. Sou Pós graduada em Artes Visuais pela Universidade São Judas Tadeu, e completei minha formação em Arte contemporânea junto ao Ateliê Contempoarte, sob coordenação do artista visual Waldo Bravo, com aulas que visavam a descoberta da própria linguagem e estudos reflexivos em torno de nossa produção. Para mim não há regras para o uso de materiais ou suportes que possam somar no desenvolvimento de trabalho conceitualmente concebidos. Costumo transitar do desenho à caneta, nanquim, aos sprays e canetas para arte urbana, assemblages e instalações. O importante em minha visão, é aceitar os desafios propostos para expressar uma arte que reflita alma e matéria.

Ficha Técnica

Criação Sonora

Ana Lira, Aishá Lourenço e Elton Panamby

Edição Sonora

Aishá Lourenço e Elton Panamby

Mixagem

Aishá Lourenço 

Roteiro Têxtil

Ana Lira

Imagens

Ana Lira e Lucia Rosa

Montagem | Cor

Erlânia Nascimento

Design de Página

Wenderson Fernandes

Comissionamento

Vivência comissionada para o Festival Novas Frequências 11ª Edição – “Pra onde agora?”  e apoio do CCBA (Recife)/Goethe Institut.

Agradecimentos

Aline Morais, Aline Sales, Azul, Deba Tacana, Edson Barrus, Equipe Novas Frequências, Ezequias Nascimento Firmino, Família Araújo de Lira, Família Paz de Lira, Gabi Apolônio, Juliana dos Santos, Lucia Rosa, Marta Supernova, Maureliano Barravento, Nathália Queiroz e Txai

Redes Chama Online

@chamanoar

www.soundcloud.com/chamanoar

www.mixcloud.com/chamanoar